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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

RESILIÊNCIA

Resiliência
O segredo é ser flexível sem perder a consistência

Flora Victoria

Pense em um momento de sua vida que você enfrentou uma grande dificuldade. Como você se sente quando recorda desta situação: fica amargurado? Guarda ressentimento? Você valoriza os aspectos de aprendizado das situações ruins? Ou apenas se apega ao lado negativo dos fatos? Quanto mais respostas positivas você formulou, mais resiliente você é. Agora, você vai compreender alguns indícios e as atitudes fundamentais para o desenvolvimento da resiliência.
A primeira distinção importante: resiliência não é sinônimo de resistência, ainda que o sentido de ambas as palavras possa dialogar com harmonia. É importante deixar claro que estas competências se complementam, mas não são iguais. Muitas vezes, somos influenciados a pensar de forma comparativa, sobretudo em apresentações em públicos, e a chance de erro fica evidente.
Existe uma fábula chamada “O carvalho e os juncos”, de autoria de Esopo, um pensador da Grécia Antiga, que é perfeita para explicar a resiliência em nosso dia a dia. Resumindo: expostos ao vento, mesmo sendo fortes, os galhos de carvalho sempre quebram ou são arrancados. Já os juncos, expostos ao mesmo vento, superam a dificuldade porque se movem de acordo com a direção da ventania, logo não quebram. Qual a vantagem dos juncos em relação ao carvalho? A flexibilidade. Esta é a ideia-chave: ambos precisam de resistência diante do vento forte, porém, os juncos usam a flexibilidade para balançar e depois retornar ao estado natural. Agora, fica mais fácil compreender que resiliência não é o mesmo que resistência, apesar de as duas exigirem solidez em suas bases.
Segundo Lisa Rossetti, pesquisadora britânica e especialista em liderança, a resiliência é a habilidade que o indivíduo utiliza para superar adversidades sem ser afetada de modo negativo e permanente. E o melhor: a resiliência também ajuda a cultivar o pensamento criativo e humanitário.
Mas afinal, a gente nasce resiliente ou se torna resiliente? Para a psicóloga Diane L. Coutu, ex-editora da Harvard Business Review, a resiliência pode sim ser desenvolvida por todos nós. E o melhor: ela descobriu que as pessoas que possuem esta habilidade um pouco mais aflorada apresentam três características principais. Portanto, a partir desse estudo, você pode fazer o seu teste, e verificar seu nível de resiliência.
1. Aceitação da realidade: pessoas resilientes não são acomodadas. Podem ser otimistas, mas sempre com os pés no chão. Aqui, mais uma vez a resistência aparece de forma complementar.
2. Propósito superior: uma caraterística fundamental dos resilientes é a crença inabalável no sentido da vida, mesmo em situações muito adversas, quando a maioria das pessoas questiona sua própria essência. Conforme disse o psiquiatra austríaco Viktor Frankl: “ter um propósito é o que dá sentido à nossa existência”.

3. Capacidade de improvisar: pessoas resilientes possuem a impressionante habilidade de tirar o máximo de proveito dos recursos disponíveis e de aprender com rapidez qualquer tipo de desafio. Vale ressaltar que, com base no trabalho do antropólogo francês Claude Levi-Strauss, a Psicologia moderna chama essa habilidade, paralela à resiliência, de bricolagem.
Ao desenvolver sua habilidade de resiliência, você será capaz de encontrar soluções mesmo na ausência de caminhos óbvios ou de ferramentas adequadas para a carreira ou para a vida.
Flora Victoria escreve mensalmente para o Site Abilio Diniz. É fundadora e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, empresa líder de mercado na formação de coaches profissionais, e presidente da SBCoaching Empresas, organização que oferece ao mundo corporativo soluções de alta performance.RJ 19/11/2012

 


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